Metodologia desenvolvida pela instituição embasa o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), que se tornou obrigatório há pouco mais de um ano

Mais de 1,2 milhão de trabalhadores de 27 mil empresas industriais são beneficiados, atualmente, pela metodologia desenvolvida pelo Serviço Social da Indústria (SESI) para elaboração do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR). Com essa ferramenta, é possível identificar e avaliar riscos de acordo com os critérios da Norma Regulamentadora 01 (NR-1) e prevenir acidentes e doenças ocupacionais, visando à saúde e à segurança dos empregados e possibilitando que as organizações invistam de maneira mais inteligente em segurança e saúde no trabalho (SST).

Em janeiro de 2023, completou um ano da obrigatoriedade de implementação do PGR trazido pelo novo texto da NR-1. Desde então, a Metodologia SESI de Avaliação de Riscos Ocupacionais tem sido um importante aliado para o atendimento legal do PGR por parte das empresas.

“A metodologia incorpora e traduz os requisitos legais previstos na NR-1 de forma descomplicada para avaliação e classificação dos riscos. Isso possibilita que as empresas priorizem as ações preventivas de acordo com o nível de risco apresentado. Dessa forma, elas podem direcionar investimentos às situações mais críticas, além de planejar ações de curto, médio e longo prazo, contribuindo com o processo de melhoria contínua da gestão em SST”, explica a gerente-executiva de Saúde e Segurança na Indústria do SESI, Katyana Aragão.

Para desenvolver a metodologia, um grupo formado por profissionais multidisciplinares dos departamentos regionais e nacional do SESI empenharam-se ao longo de um ano. O objetivo era adaptar a metodologia de avaliação de riscos, utilizada desde 2004, aos novos requisitos da NR-1, para possibilitar a aplicação para todos os grupos de fatores de riscos em diferentes empresas. As normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e da American Industrial Hygiene Association (AIHA) serviram como referencial técnico para a atualização.

Uma das empresas que utiliza a metodologia é a Gráfico Empreendimentos, de Salvador (BA), atuante na área de construção e incorporação imobiliária. Para cada projeto imobiliário desenvolvido pela companhia, um PGR específico é formulado, também adequado à NR-18 – Segurança e Saúde no Trabalho na Indústria da Construção – e todos são baseados na metodologia do SESI.

“Como empregadores, nos sentimos seguros ao utilizar a metodologia SESI por se tratar de uma instituição atualizada e de alta competência técnica. A partir dessa colaboração, identificamos os fatores de riscos presentes em cada situação característica, e assim todas as medidas cabíveis podem ser previamente tomadas”, destaca a Gerente do Sistema de Gestão Integrada da Gráfico Empreendimentos, Carla Passos.

SESI ajuda mais de 27 mil empresas industriais a reduzir riscos no trabalho

Como funciona a metodologia do SESI?

A aplicação da metodologia segue passos importantes. Inicia com o levantamento e a identificação de perigos; em seguida, é feita a avaliação preliminar de riscos; e, posteriormente, a aplicação da metodologia de avaliação de riscos ocupacionais, sustentada por parâmetros de probabilidade e severidade das possíveis lesões ou agravos à saúde. Aspectos como exposição, medidas de controle, gravidade e quantidade de pessoas expostas são levadas em consideração, conforme estabelecido pela NR-1.

Com base no processo descrito, há a composição do inventário de riscos, que lista os fatores de riscos avaliados, as características de exposição e o resultado da avaliação, além da definição das medidas que irão compor o plano de ação para formar o PGR. É importante ressaltar que todas as etapas são desempenhadas com a participação dos trabalhadores e representantes das respectivas empresas.


“Com a disponibilização desse material técnico, o SESI cumpre a missão de ser uma instituição de referência em segurança e saúde no trabalho, oferecendo suporte e apoio aos especialistas em SST e às indústrias na gestão de riscos. Essa iniciativa é fruto de nossa ampla experiência na temática, e estamos empenhados em disponibilizar soluções eficazes e acessíveis para promover a cultura de prevenção e segurança no ambiente de trabalho”, destaca o Diretor Superintendente do SESI, Rafael Lucchesi.


Se interessou pela metodologia SESI? Para conhecer melhor, acesse o Manual Técnico da Metodologia SESI de Avaliação de Riscos Ocupacionais.

Atualizações das normas

Desde a primeira publicação, em 1978, a NR-1 já passou por algumas revisões para manter-se atual e efetiva. Em março de 2020, uma ampla atualização estabeleceu o item Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO), que exige a elaboração de um PGR abrangente a todos os grupos de riscos (físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidente). O planejamento deve ser constituído por etapas de identificação de perigos, avaliação e classificação de riscos para, em seguida, compor o inventário de riscos e um plano de ação com medidas necessárias.

“O GRO e o PGR foram desenvolvidos para o enfrentamento do cenário de acidentes e doenças do trabalho, ainda persistente no país. Por esta razão, os itens abrangem os perigos e riscos ocupacionais existentes em cada organização específica”, explica o Auditor Fiscal do Trabalho, Rodrigo Vaz.

De acordo com Vaz, o desenvolvimento do PGR de maneira equivocada ou incompleta resulta em algumas das principais irregularidades encontradas pela auditoria fiscal do trabalho, como: deixar de compor inventário de riscos e plano de ação; não integrar planejamentos, programas e outros documentos exigidos; deixar de adotar as medidas de prevenção do plano de ação.

Para o SESI, o PGR é um marco importante para a promoção de um ambiente de trabalho seguro e saudável. A implementação é crucial para a identificação, avaliação e tratamento dos riscos presentes no ambiente laboral, sempre de forma dinâmica, contínua e colaborativa com os trabalhadores.

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Fonte: CNI

Por: Pedro Ferraz e Silvia Cavichioli